Saúde Bucal – 0 a 6 anos

O Aleitamento Materno e o Desenvolvimento e Crescimento Facial

– O aleitamento materno é de extrema importância para o bebê. A criança até por volta dos 6 meses de idade apresenta três fomes: a fome de se nutrir com o leite, a fome de sucção, e a fome de afeto para com a mãe;

– A amamentação no peito é única e insubstituível. O movimento de “ordenha” que a criança realiza estimula a respiração nasal, importante para o crescimento e desenvolvimento;

– Quando a criança nasce, a mandíbula apresenta-se retruída (atrás) em relação à maxila (maxilar superior). Com o aleitamento materno, devido ao movimento de “ordenha” realizado pela criança para extrair o leite, há um estímulo para o crescimento mandibular. Desta forma, ao irromperem os dentes de leite anteriores superiores e inferiores, estes vão se encaixar corretamente;

– Antes dos primeiros dentes irromperem, a alimentação ideal é apenas o leite materno. Em alguns casos, há necessidade de complementos alimentares que serão passados pelo médico pediatra. Após os primeiros dentes começarem a surgir, por volta dos 6 aos 8 meses de idade, recomenda-se a introdução de alimentos mais consistentes.

– Com a dentadura decídua (“de leite”) completa com seus 20 dentes, variando entre 2 anos e meio aos 3 anos e meio, a criança já apresenta um sistema mastigatório pronto para mastigar alimentos sólidos, com maior consistência. Os alimentos mais duros são importantíssimos, junto com a respiração apenas nasal, para o bom desenvolvimento e crescimentos dos maxilares e facial;

– Com a dentadura decídua pronta, o sistema estomatognático (respiração, mastigação, fala e deglutição) tem um bom tempo para se desenvolver de forma que aos nascerem os primeiros dentes permanentes, por volta dos 6 aos 7 anos de idade, o arco dentário apresente espaço suficiente para que o dente possa irromper corretamente;

– Esta fase dos 2 anos e meio até os 6 anos de idade é fundamental que a criança apresente uma boa respiração (respiração nasal), boa mastigação (dieta mais sólida e consistente, que permita um desgaste natural e fisiológicos dos dentes “de leite”), boa deglutição (equilíbrio entre lábios e língua) e boa fonoarticulação (sem anteriorização da língua na fala);

– Para que aos 6 anos de idade o Sistema Mastigatório esteja em equilíbrio é fundamental que a oclusão (“encaixe dos dentes na mordida”) esteja fisiológica, pois caso contrário as demais funções estarão desequilibradas.

– É importante que o profissional e os pais que acompanham a criança fiquem atentos, pois o desequilíbrio do sistema estomatognático afetará também o equilíbrio postural da criança podendo haver má postura de cabeça e postura corporal como um todo;

– ALERTA: o uso de bico, chupeta e mamadeira são extremamente desastrosos para todo o desenvolvimento e crescimento como um todo da criança. Dependendo do tipo facial (fator genético), este podem acarretar sequelas indesejáveis na oclusão (mordida). Em alguns casos específicos, o uso da mamadeira e/ou chupeta são necessários, e indicados pelo pediatra, mas com uso monitorado e reduzido o mínimo possível;

CUIDADOS DE HIGIENE BUCAL E A DOENÇA CÁRIE

– Deve-se ter em mente que os cuidados em relação à saúde bucal iniciam-se antes mesmo da criança nascer. Durante a gestação, a mãe deve ter uma alimentação equilibrada, especificamente com ingestão dosada de cálcio e flúor para o bom desenvolvimento dos dentes

– Antes dos dentes irromperem (“nascerem”) é importante que cuidados de higiene bucal iniciem-se. O uso de gaze embebida em água filtrada para limpar os roletes gengivais e a língua é recomendado com o intuito da criança já ir se acostumando com tal hábito;

– Após os primeiros dentes começarem a aparecer, é recomendado a higienização destes, com escova apropriada e uso de pasta dental não fluoretada; não se esquecendo da higienização da língua. À medida que outros dentes vizinhos vão “nascendo” ocorre um íntimo contato entre eles sendo necessário, então, o uso do fio dental, nunca o palito de dente. A partir do momento em que a criança consegue cuspir e não engole mais a pasta de dente é recomendado o uso de pasta dental fluoretada, específica para criança, pois contém uma concentração menor de flúor em comparação à do adulto;

– O controle para evitar a instalação da doença cárie é um cuidado que os pais precisam estar atentos. Além do comprometimento estético, a doença pode evoluir de tal forma que compromete a estrutural dental e causa dor. A dor causada pela “cárie” dificulta a alimentação da criança deixando-a menos resistente às demais doenças. Como consequência poderá haver necessidade de tratamento de canal do dente acometido ou até mesmo remoção fora da época do elemento dental, comprometendo, assim, todo o desenvolvimento dos arcos dentários;

– Existem bebês que possuem refluxo mesmo após os 6 meses de idade. Nestes casos, poderá haver erosão dos dentes por conta da acidez do conteúdo estomacal, necessitando assim de muito cuidado de higienização e um melhor acompanhamento profissional com o cirurgião-dentista;

– A criança que passa toda esta fase e não desenvolve nenhuma sequela da doença cárie dificilmente desenvolverá tal doença nas próximas fases subsequentes.

MÁ OCLUSÃO E BRUXISMO INFANTIL

– Quando o fator genético não é favorável e ainda fatores externos como: o mau desenvolvimento do sistema estomatognático (respiração, mastigação, deglutição e fala); perdas precoces de dentes; traumas dentais e/ou na face, estão presentes certamente a criança apresentará um quadro chamado de má oclusão dentária, conhecido como “oclusopatia”;

– Independentemente da idade, caso a oclusopatia esteja presente, algo deve ser feito para evitar que esta se agrave provocando sequelas nas fases seguintes de desenvolvimento e crescimento da criança. Conforme a má oclusão se apresente e dependendo da idade, diversas soluções terapêuticas podem ser usadas como, por exemplo: manipulação mandibular suave, exercícios mioterápicos, ajustes oclusais por desgaste, ajustes oclusais por acréscimo (Pistas Diretas Simples), e aparelho ortopédico funcional ou mecânico;

– Atualmente cresce o número de crianças que, nesta fase, apresentam um ranger forte dos dentes conhecido como bruxismo. Muitos pais relatam que o barulho que a criança faz durante o sono é muito forte que parece que os dentes irão se quebrar. Conforme a gravidade e intensidade desta parafunção, é recomendado que a criança durma com um aparelho ortopédico funcional específico para o bruxismo, a fim de se evitar o desgaste maior do dente comprometendo a integridade da estrutura dentária. Antes do aparelho, em alguns casos faz-se necessário ajustes oclusais e confecção de pistas diretas planas (PDP) para liberação dos movimentos mandibulares durante o dia.

*É imprescindível o acompanhamento do seu filho por um dentista!

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